domingo, 2 de setembro de 2012

Tudo sobre o laudêmio num jornal enviado a todos os vizinhos

Dessa edição histórica, selecionamos duas matérias para que você reflita e entenda melhor nossa volta à vida pública


Nestes dias, você estará recebendo em sua caixa de correio o jornal de campanha dedicado exclusivamente á questão do laudêmio. É o documento do nosso compromisso na volta à vida pública, dentro da luta de TODOS NÓS contra essa taxa extorsiva, já derrubada em várias partes do país, inclusive aqui mesmo, no Jardim Oceânico, numa Ação Civil Pública, em nome da associação de moradores, assinada pelo dr. José Nicodemos, nosso vizinho e uma das maiores autoridades na matéria.

Pedimos que leia com atenção todas as páginas. Mas desde já transcrevemos aqui duas matérias:


Uma fraude de nascença

 

Uma fraude de nascença. Não há definição mais precisa do laudêmio à brasileira, tão despropositado que não consta do rosário dos 63 tributos que nos obrigam a destinar aos cofres públicos 149 dias de trabalho ao ano.

De nascença porque entrou no orçamento de gaiato naquele 1831, quando dom Pedro I abdicou em favor do II, que tinha cinco anos, e deixou a corte na pindaíba. O  senador Vergueiro, que participou da primeira regência trina provisória, montou às pressas o orçamento para recuperar as finanças e incluiu por conta própria a cobrança do laudêmio e do foro em todos os imóveis situados a 15 braçadas craveiras (33 metros) do preamar daquele ano, assimilando uma situação de fato, já que essas áreas nos tempos do Brasil Colônia deveriam estar livres de qualquer construção para facilitar a defesa costeira.  

Com essa fraude, estava sendo criada uma baita imobiliária oficial e tais cobranças entraram nos usos e costumes de um poder público sanguessuga.

De lá pra cá fizeram alguns arranjos legais e a União foi avançando sobre nosso dinheiro sempre que precisou. De má fé, já na nova República, a SPU decidiu cadastrar os “terrenos de marinha” através de editais escondidos em seus diários oficiais.

De repente, muitos moradores dos “terrenos de marinha” acordavam sabendo que já não eram os donos reais dos seus imóveis. Em alguns casos, ainda receberam uma conta de atrasados a serem quitados. Hoje, são 478 mil imóveis  foreiros de marinha no país. Desses, 105 mil no Estado do Rio.

A fraude não ficou por aí. Pelo Código Civil, quem paga o laudêmio é o vendedor.  Para evitar que os antigos proprietários contestassem o cadastramento ilegal,  combinou-se uma artimanha para transferir essa despesa ao comprador. Abriu-se uma brecha, mas, na hora de emitir o boleto, a SPU oficializa a fraude: o comprador paga, mas em nome do vendedor. Não pode ser em cheque, nem deixar pegadas.  Entendeu?

Estou disposto a colocar toda essa sujeira em pratos limpos. Tenho quase 70 anos. Não sou mais criança. Sei que poderei reverter tudo isso.  Só preciso da sua confiança, do seu voto e  da sua recomendação aos amigos.

Façamos esta aposta juntos.
 


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